Muitos profissionais que atuam como gestores em empresas dos mais diversos setores têm como sonho buscar uma nova carreira como conselheiros consultivos ou de administração. Com excelente formação e experiencia no universo tradicional do mundo dos negócios sonham ser conselheiros de startups. Acreditam que sua experiência e conhecimento serão suficientes para atuar como bons conselheiros. Quero aqui analisar o perfil de um eventual candidato a conselheiro de uma empresa, em relação à sua experiencia profissional, vivencia em Conselhos, atuação na gestão e governança além de uma certa afinidade com o negócio. Até poucos anos atrás, esta tarefa era mais simples, pois estávamos apenas considerando e vivendo no mundo das empresas tradicionais. O foco delas sempre foi o de buscar a estabilidade a longo prazo e a rentabilidade. O planejamento linear direciona os negócios. Atuam por assim dizer numa zona de conforto, ou seja, num ambiente de negócios bem conhecido. Do ponto de vista financeiro, o maior dos desafios seria o de obter capital de giro e gerar caixa. Com o advento da economia 4.0, que surgiu no inicio do século XXI, surge outro tipo de empresa, a startup atuando a partir de um novo modelo de negócio. Seu controle não está necessariamente nas mãos de um sócio que teria o controle absoluto da empresa, mas sim, em muitos casos, com vários agentes dispostos a dividir o controle de seus negócios. Ao invés de buscar as zonas de conforto, estas empresas atuam a partir de ideias inovadoras, soluções diferenciadas para resolver determinado problema. Focam muito no crescimento de curto e médio prazos, com a necessidade de importantes investimentos em suas etapas iniciais de operação. Ao invés de projetar um crescimento previsíve, buscam a escalabilidade de seus negócios, ou seja, crescer o mais rapidamente possível, com o mínimo aumento de custos, mantendo a qualidade dos serviços.
As pesquisas têm apontado que os Conselhos das empresas tradicionais, pecam por serem muito conservadores, preferindo olhar para o desempenho passado, ao invés de se lançar em discussões estratégicas relacionadas ao futuro. Contam com conselheiros que tiveram muito sucesso como gestores, de bom relacionamento no mundo corporativo. Ë possível imaginar estes mesmos conselheiros fazendo parte do Conselho de uma startup?
Acredito que não. Então surge a questão. Como orientar uma pessoa com vivência ou formação nos modelos de empresas tradicionais a se candidatar e fazer parte de um conselho de uma startup? Sabemos que as empresas tradicionais buscam para seus conselhos pessoas com experiência e vivencia em seus históricos profissionais.
O mesmo deverá acontecer para as startups. Estas empresas devem buscar pessoas que já tiveram a oportunidade de criar suas próprias empresas ou que trabalham em startups.
Por fim cabe salientar que o conselheiro de uma startup deverá ser muito mais um profissional atuando próximo da operação. A "mão na massa" é muito importante o que exige uma dedicação muito maior. Mas isso fica para um próximo artigo.
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