A tarefa de educar nossos filhos no decorrer dos últimos anos teve que se adaptar a novos contornos. Se antes a educação social, formal e escolar eram a tônica do aprendizado sabemos que atualmente novos ingredientes se juntaram à educação dos filhos, em especial filhos nascidos em famílias empresárias.
Hoje, enquanto filhos aprendem os pais também precisam aprender muito. Novas tecnologias, equipamentos, formas de pensar acabam fazendo com que ambos, pais e filhos, tenham que aprender mesmo que os contextos e as condições de maturidade sejam diferentes.
A conexão entre estes dois mundos precisa estar aberta para que haja um ambiente positivo seja para as pessoas como para as empresas da família.
Posso citar casos em que filhos, egressos do mundo acadêmico, começam a trabalhar nos negócios da família querendo introduzir a qualquer preço sua visão de praticar ou fazer negócios com base no uso de muita tecnologia, sem antes ponderar o que isto realmente significa para o negócio.
Como por exemplo, o caso de um herdeiro que queria derrubar um sistema de venda presencial e substituir por vendas virtuais. Mas a questão é que na região onde as vendas presenciais eram feitas a Internet é muito precária e o mais recomendado seria medir as consequências , o custo e as implicações de tal mudança.
Num outro extremo há o jovem herdeiro que não demonstra o mínimo interesse pelos negócios da família sejam eles com muita ou pouca tecnologia.
Se. por um lado, queremos ter nossos filhos ao nosso redor e, de preferência, se interessando pelos negócios familiares, e passando a atuar como colaboradores por outro não é possível obrigar ninguém a fazer o que não quer.
O que diversos estudiosos recomendam é um intenso diálogo entre pais e filhos e, no caso daqueles cujos filhos se interessam por novas tecnologias abrir espaço para muitas conversas de forma a criar uma relação saudável em relação à empresa, decisões e estratégias de modernização bem como os melhores momentos para empreender mudanças.
A tecnologia exige ordem, acuidade e lógica nos processos de gestão. Os mais diferentes aplicativos construídos sobre inúmeros algoritmos exigem o mesmo. Assim sendo os pais terão, como principais gestores, o desafio e a responsabilidade de tornarem as suas empresas vitrines de eficiência operacional. Fechamentos contábeis em dia, organogramas bem desenhados e definidos com as respectivas descrições de funções, processos administrativos mapeados, engenharia de produto consolidada e assim por diante. Com certeza o emprego da tecnologia será vital para que se alcance a eficiência operacional.
Por fim, a IA deverá ser explorada para contribuir na melhoria dos processos operacionais e sobretudo no auxilio às decisões estratégicas.
Os filhos ingressando nas empresas de suas famílias, encontrando um ambiente tão favorável à modernidade e à adoção consciente da tecnologia certamente terão mais motivos para arregaçar as mangas e colocar a mão na massa.
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