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Cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém




Aqui no Brasil, estamos acostumados a administrar os nossos negócios em ambientes de instabilidade e imprevisibilidade enfrentando as mais diversas crises como cambiais, inflacionárias, planos econômicos, etc. Mais recentemente a guerra Russo - Ucraniana que nos atinge mais diretamente e a pandemia da Covid enriqueceram o cardápio das preocupações e especulações. Mas talvez o que mais aflige os empreendedores na sua necessidade de tomar decisões é a incerteza política. Estamos nos aproximando de importantes eleições presidenciais e, somente após a apuração dos votos é que saberemos quem nos governará nos próximos 4 anos. Até lá fica difícil traçar um cenário mais preciso em relação às políticas econômicas, fiscais, industrial e assim por diante.

O empresariado fica ansioso, não sabendo como direcionar suas decisões de cunho tático e estratégico. Frente à incerteza podemos já antever que provavelmente a polarização deixará as suas cicatrizes. Na época do PT já tínhamos um cheiro do que estava por vir e agora a situação se acentuou com o presidente Bolsonaro. O "nós" versus o "eles", o "coxinha" versus o "mortadela", poderão ter desdobramentos na vida prática tais como atos de violência da parte dos que não aceitarem o resultado das urnas.

Trata-se de um cenário bastante factível que coloca todos - investidores, produtores, industriais e o cidadão comum - em tempos de compasso de espera.

A comunidade de negócios internacional igualmente observa com cautela.

Em decorrência deste cenário, os mercados tendem a desacelerar e provavelmente teremos um período de 18 a 24 meses até que este trem descarrilhado chamado de Brasil, seja de novo colocado no devido lugar.

Para o empresário, sobretudo para os entrantes no mundo dos negócios, tanto tradicionais como disruptivos não existe outra alternativa senão aquela de remar o barco no caudal das incertezas e buscar a sobrevivência.

Isto quer dizer que toda a cautela será necessária. Aguardar os fatos e observar como as coisas se delinearão sob o batuta dos novos mandatários.

Se meu conselho serve para alguma coisa eu diria que, neste momento, é fundamental buscar o fortalecimento do caixa assim como a formação de alianças e parcerias estratégicas tanto no pais como no exterior. Por isso sugiro colocar novos investimentos em compasso de espera, prontos e delineados, para serem reavaliados e executados em tempos de maior clareza.

Se houver a possiblidade de adiar lançamentos de novos produtos, por exemplo, seria oportuno adiar um pouco mais para contar com um cenário mais estável.

Aproveitaria para reforçar o que já foi feito em época de pandemia quando muitas empresas conseguiram reduzir custos sem perder a produtividade.

Agregar elementos diferenciais nos produtos e serviços também ajuda muito a manter a clientela fiel. Ou seja, melhorar ainda mais a entrega.

Em resumo, precisamos estar atentos e vigilantes. Ninguém tem a bola de cristal e é capaz de nos predizer o que acontecerá. O que vale mesmo é o bom senso que cada um terá que adotar ao administrar os seus negócios. Não existe receita mágica e o passado tem mostrado que a cautela é o remédio mais indicado. Temos que confiar em nós mesmos. Não podemos seguir ou depender das promessas de campanha. Sabemos que o discurso de campanha é um e a prática é outra.

A administração dos negócios de forma sábia e imbuída de bom senso é imprescindível. Temos de evitar decisões estratégicas pressupondo a ocorrência de um ou outro cenário político - econômico. Somente quando pudermos pisar em terra mais firme é que poderemos imprimir um ritmo normal e de crescimento aos nossos negócios e voltar a buscar um sono mais tranquilo.


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