A insustentabilidade do futuro sem o ESG
Desde os anos de 1970 o tema da sustentabilidade foi dando início à sua jornada no meio empresarial. Naqueles anos, poucas pessoas e empresas ousavam falar em questões ambientais, proteção de recursos naturais, perigos relacionados à poluição, problemas sociais gerados a partir do mau uso dos recursos naturais e assim por diante.
Mais para o final do século XX o que eram discussões que apareciam aqui e ali muda o cenário e um movimento mais forte aflora trazendo à tona a defesa do meio ambiente, social e da transparência em encontros empresariais.
O perigo que o mundo corria e ainda corre frente ao pouco caso que a classe empresarial e os governos davam à sutentabilidade começa a ganhar força. No ano de 2004 pela primeira vez a própria ONU, conduzida pelo Secretário Geral Kofi Anan, decide promover um encontro com algumas dezenas de empresas, em especial instituições financeiras, para debater a ameaça a que o mundo estava exposto e debater formas de mitigar a devastação do planeta e a ameaça aos seres humanos. A partir deste momento aumenta o esforço internacional para enfrentar o problema. Diversas conferências internacionais são realizadas, pactos em favor da sustentabilidade firmados, mais de 190 países passam a assinar compromissos de redução de gazes de efeito estufa e sobretudo as 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis) são definidas e passam a servir de norte para os programas de sustentabilidade, governança e ações sociais das empresas, todas envelopadas na sigla ESG. Hoje todos falam de ESG e muitas empresas de fato se engajam na causa. Claro que há aquelas que fazem “greenwashing” e outras que adotam o ESG para conquistqr as linhas de créditos específicas e subsidiadas. Mas será que todo este esforço louvável nos conduz em direção aos objetivos que queremos? Neste cenário se discute igualmente a Economia Circular e a Economia Linear. A última, que é praticada e impera desde a revolução industrial, constitui-se a partir da extração de matérias primas a consequente fabricação de produtos produtos que, uma vez utilizados ou envelhecidos, são descartados. Já a Economia Circular, delineada há poucas décadas, defende a reciclagem, o reuso dos materiais e a constante busca pela diminuição do descarte a níveis mínimos. Não é difícil imaginar o "lixo" que foi gerado nos dois últimos dois séculos pela Humanidade a partir das práticas da economia linear. Quanto poderia ter sido poupado em recursos naturais, conservação do solo e preservação do clima se os conceitos da economia circular fossem adotados. O mundo provavelmente seria bem diferente. Acredito que apenas os esforços do ESG no contexto de uma economia linear não serão suficientes para mitigar de fato os problemas existentes.
Sem dúvida alguma, é mais do que necessário transformar o modelo atual para um modelo de reaproveitamento total das matérias primas. As empresas não poderão fazê-lo por si só. Investimentos de monta terão que ser realizados. O apoio dos governos e a consolidação de novas políticas públicas são fundamentais para que o ESG vingue.
Além disso, hoje é possível, caso a empresa adote boas práticas como mandatórias, usar a tecnologia e os indicadores disponíveis para monitorar a performance em relação ao compromisso com a sustentabilidade, governança e meio ambiente.
O importante é que os líderes empresariais se conscientizem sobre a importância de entrar em um novo ciclo de produção que visa trazer benefícios para todos, inclusive para as suas empresas.
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