
Um avô todo orgulhoso leva no colo o netinho de poucos meses para a reunião de Conselho. Tirando o orgulho de ser avo e querer apresentar o novo membro da família aos conselheiros que será que leva o fundador a fazê-lo ? O fundador da empresa tem, intrinsicamente, o desejo de perpetuar o seu negócio na família e que seus descendentes assumam as responsabilidades de fazê-lo prosperar e desenvolver. No "pensar" do patriarca é natural e lógico que os herdeiros, sejam as pessoas ideais para conduzir, no futuro, a empresa. Nada mais natural portanto, que ele leve o neto à reunião de Conselho e sonhe para ele uma posição de conselheiro.
Uma década depois, o que era sonho, em determinados casos, se torna realidade. Não é incomum ver famílias levando seus filhos a longas e fastidiosas reuniões de Conselho achando que as crianças já devem ser confrontadas com a realidade dos negócios da família desde muito cedo.
`Para certos pais, as crianças do mundo moderno já têm a capacidade de entender muitas coisas e serem treinadas para assumir no futuro cargos elevados nos negócios da família inclusive o de conselheiros.
Mas será que isto é correto? Devemos tirar as crianças, ainda pré adolescentes, do seu mundo adolescete, e colocá-las em salas de reunião onde provavelmente não entenderão praticamente nada do que está acontecendo? Não estamos incutindo nas crianças uma grande ojeriza em relação à empresa do avô(ó) ou pai(mãe) ?
Há estudiosos que acham que a partir dos 15 ou 16 anos os futuros herdeiros já devem participar como ouvintes de reuniões das Conselho. A pergunta que fica é: O quanto estamos, de fato, treinando este jovem para ser um conselheiro no futuro?.
Quanto este jovem irá entender do que está se passando sobre discussões em torno de desempenho financeiro do negócio ou a avaliação da influencia de questões sócio-políticas sobre as vendas? A maioria das famílias empresárias opta por introduzir os jovens a partir dos 18 anos ou 21 anos em reuniões de Conselho.
Compartilho com esta opinião que se correlaciona com aquilo que chamamos de Responsabilidade Civil e Responsabilidade Legal. Praticamente em todos as nações do mundo com esta idade uma pessoa é considerada adulta e responsável pelos seus atos. Deduzimos que é o marco onde o entendimento e o discernimento afloram no pensar de um jovem. E a discussão não termina por aqui.
Temos que encarar duas realidades: poder assistir e participar como ouvinte das reuniões de Conselho ou ser um conselheiro nomeado com direito a voto.
Há famílias que não apóiam a idéia de que seus filhos votem nas reuniões de Conselho antes dos 25 ou 30 anos. Consideram, que falta ao jovem o conhecimento necessário para ter a visão do todo, e, consequentemente opinar e votar. É muito importante que que a mãe e o pai empresários acompanhem de perto a vida dos filhos e sintam se eles têm a vocação e o interesse pelo mundo empresarial.
O interesse em participar do Conselho poderá vir da própria vontade do filho. Ma,s temos o caso de herdeiros que têm vocações totalmente diversas e que não se coadunam com aquilo que é esperado deles e isso acabe sendo um motivo de frustração para os pais.
O que sabemos e temos como certo é que todos os herdeiros serão, no futuro, sócios do negócio. Irmãos e primos terão que tomar decisões táticas e estratégicas, preferencialmente no âmbito do Conselho. Portanto serão controladores do negócio estando ou não na sua gestão. O desafio dos pais será e é o de formar os filhos para que participem de bom grado no Conselho, na idade certa, ao invés de gerar herdeiros avessos ao mundo empresarial.
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