
O 5W2H é uma das metodologias mais populares entre administradores. Criado no Japão nos anos 50, o conceito continua super atual.
Os W's se refere a o que; por que; quando; onde e quem e os H's a quanto e como.
Basta fechar os olhos, percorrer a nossa jornada particular e de trabalho e listar a importância destas palavras. Este modelo das letras é uma importante ferramenta para o exercício do Planejamento de médio e longo prazos.
O planejamento se preocupa com o futuro da empresa, sua rentabilidade, seu crescimento, sua geração de caixa e lucro para os próximos anos. Se os números são positivos, os sócios normalmente dão luz verde para a continuidade dos negócios e tudo segue em frente. Mas é importante olhar o planejamento de uma forma um pouco diferente e sob outro prisma.
Assim como os automóveis são levados a revisões periódicas onde uma série de itens são controlados e verificados os negócios familiares também deveriam passar por essas revisões.
Os carros são revisados de tantos em tantos quilômetros. As empresas sob o enfoque societário deveriam ser a cada 10 anos por exemplo.
O planejamento empresarial realizado em períodos menores cuida da empresa e suas operações. O planejamento da sociedade como um todo é a revisão da visão que a família tem e seu potencial em continuar conduzindo o negócio como o vinha fazendo até então. Vejamos o caso da sucessão da gestão por exemplo. Eventualmente os filhos já estão iniciando suas vidas profissionais. Eles têm o potencial e o desejo de trabalhar na empresa da família? Eles têm o perfil de assumir a liderança no futuro? Qual o treinamento requerido nos próximos anos tanto para os herdeiros - que pretendem trabalhar efetivamente no negócio - quanto para aqueles que serão apenas controladores pois estarão seguindo outras carreiras profissionais? A governança é um outro ponto nevrálgico e que requer uma minuciosa revisão. O modelo da governança é adequado? Temos um Conselho atuante e que contribui para o desenvolvimento empresarial? O número de conselheiros externos e independentes é condizente com as orientações das boas práticas da governança corporativa? O Regimento Interno do Conselho ainda é atual? Ele serve de apoio ao Presidente do Conselho?
Quando os acordos societários foram revistos pela última vez? Eles ainda refletem a vontade dos sócios e seu relacionamento? Os conteúdos dos protocolos familiares ainda expressam o desejo do relacionamento entre a família, seu patrimônio e a empresa? Será que a estrutura societária ainda está adequada? O patrimônio e os sócios estão bem protegidos? Que implicações podem surgir na falta de um ou outro sócio? Não seria interessante se fazer doação em vida com o devido usufruto das ações doadas aos futuros herdeiros?
Por fim ainda pode ser colocada a seguinte pergunta: ainda queremos continuar com o nosso negócio? Apesar dele estar se desenvolvendo satisfatoriamente faz sentido mantê-lo em mãos da família que provavelmente após muitos anos estará totalmente diferente do que o núcleo que iniciou o negócio? Pode ser que surja a ideia de transformar parte do patrimônio em liquidez e formar um "Family office ". Quiçá parte da família queira sair do negócio e vender a sua participação na empresa aos demais sócios. Pode surgir a ideia da família apenas participar diretamente na governança da empresa e não mais na gestão.Ou pode ser que a decisão será a de vender o negócio, repartir os ganhos e cada sócio buscar a sua nova jornada profissional e de vida.
Em resumo. Após um certo par de anos os sócios precisam se reunir, preferencialmente com o apoio de um profissional de confiança, para a revisão periódica de toda a organização. Deveriam nesta oportunidade discutir e revisar os pontos elencados acima.
Os acordos societários precisarão ser revistos frente aos protocolos familiares que foram rediscutidos. Eventualmente a nova forma de atuação do Conselho levará a uma profunda revisão do Regimento Interno. As revisões são mais do que necessárias, pois temos muitos exemplos de empresas familiares que se perderam no decorrer dos anos pela falta das análises e discussões periódicas feitas pela Família Empresária.
Thomas Lanz da Thomas Lanz Consultores / Wellington Barreto da Guardian - Transição de Gerações
Comments