O sonho de muitos empreendedores é que sua obra de vida, o negócio de família, criado com tanta dedicação e esforço se perpetue e continue nas mãos das futuras gerações. Assim, as decisões, os planos t
raçados e os objetivos tanto em âmbito de família, empresa e administração patrimonial vão nesse sentido.
De uma hora a outra, um grande e forte sinal de alerta se apresenta questionando o macro plano estratégico do empreendedor. É o caso da pandemia do Coronavirus que de forma inesperada se espraiou mundo afora, colocando em risco muitas vidas humanas assim como empresas e iniciativas na esfera econômica. De um minuto a outro, inúmeros negócios tiveram que ser fechados e repensados. Provavelmente todo o modelo econômico mundial passará a ser outro, mudando o modus-vivendi das pessoas, organizações e a sociedade em geral.
As quarentenas impostas pelas autoridades proporcionam tempo para reflexão que deveriam ser aproveitados para pensar em alguns pontos importantes no contexto dos empreendimentos familiares.
Uma das questões que sempre preocupou a todos foi o da sucessão. O preparo dos sucessores para assumir postos importantes na gestão das empresas era e ainda é uma questão de extrema importância. O ideal é ter os filhos preparados como indivíduos e profissionais para tocar a empresa que herdarão. Mas isto terá que mudar. Deveremos doravante preparar nossos filhos a serem polivalentes e prontos a poder rapidamente assumir outros desafios profissionais e de vida. Estamos percebendo que, de uma hora para outra, negócios que vinham florescendo há décadas nas mão da família, podem fechar. Assim sendo, o herdeiro também deve estar preparado a poder fazer algo totalmente diferente e independente se for o caso a curto prazo.
Boa parte das famílias empresárias nunca pensaram em constituir reservas patrimoniais/financeiras. Para muitas, os lucros gerados sempre foram reinvestidos em sua totalidade nos negócios. A ideia de se formar um fundo de caixa de reserva para a empresa e também para a família nunca foi levado em conta. Talvez seja este o momento de se repensar como fazer reservas de caixa e de que forma constituir o patrimônio familiar para que não exista dependência total em relação ao desempenho dos negócios. Os riscos empresariais e pessoais precisam ser mitigados ao máximo e a administração financeira revista.
As empresas deverão estar prontas a se reinventar. A velocidade da inovação impulsionada pela tecnologia da informação, como já vínhamos assistindo nas últimas décadas obriga os empresários e imprimir um novo estilo gestão e planejamento empresarial. A inovação é uma constante. A transformação digital está cada vez mais acelerada. Todo esse movimento obriga as empresas a repensar seus negócios no sentido de acompanhar o que está ocorrendo mundo afora. Será mais competitiva aquela empresa que estiver na dianteira do emprego da tecnologia e da informação. Estará na dianteira a empresa que souber se reinventar o mais rapidamente frente a crises e novas realidades do mercado. Portanto trazer um novo “mindset “ para os negócios familiares é de muita importância. Se isso não acontecer o risco de se ficar em desvantagem é muito grande. A ameaça de não ter mais condições de funcionar e competir é concreta.
Portanto é necessário avaliarmos o nosso empreendimento através de todos os ângulos. Seja em âmbito da família, negócios e patrimônio. Certamente teremos que replanejar e fixar novos objetivos para o que construímos durante tantos anos. Precisamos dar continuidade e permitir a sobrevivência do que foi construído provavelmente numa nova realidade. Mas antes de mais nada teremos que começar por nós mesmos.
留言