Na década de 70, quando surgiram os primeiros desktops muitas empresas investiam para dar acesso e treinar suas equipes no uso da tecnologia. Funcionários eram treinados "in loco" para desenhar e elaborar os primeiros modelos de planilhas eletrônicas. Aos poucos, com o surgimento do "mouse" e o desenvolvimento de softwares dedicados, o trabalho com planilhas eletrônicas pôde ser executado por qualquer um, sem grande conhecimento específico por qualquer device existente.
Vamos imaginar que existisse uma empresa que não permite a seus gestores o uso de planilhas eletrônicas como ferramentas de trabalho para suas diferentes tarefas. Essa empresa estaria, provavelmente, fora do mercado, por uma total falta de competitividade e inserção no contexto do mundo dos negócios. Nos últimos anos, a evolução tecnológica e seu uso, como por exemplo na gestão, desenvolvimento de produtos, comercio, logística entre outros vem se expandindo de forma exponencial. O nosso modo de vida pessoal e de trabalho mudou muito para a maioria das pessoas em consequência dos avanços tecnológicos em todas as áreas que nos cercam. Se toda a evolução caminhava num determinado ritmo previsível, se assim o podemos dizer, um novo evento veio a surgir que de um minuto a outro se tornou a grande manchete da mídia e assunto do cidadão de todas as classes profissionais e acadêmicas. Me refiro à Inteligência Artificial (IA), que com seus aplicativos mais recentes e disruptivos, em poucos meses, já está trazendo uma enorme revolução , ameaças e oportunidades nos mais diversos campos tais como: gestão dos negócios; advocacia; engenharia; pesquisa e desenvolvimento; saúde; entretenimento e cultura.
Surge uma primeira questão básica. O cidadão do século XXI poderá sobreviver social e profissionalmente sem estar conectado à Inteligência Artificial? As empresas, em especial as de pequeno e médio porte, terão chances de sobreviver no futuro se não estiverem totalmente inseridas neste novo contexto?
Em "sentido figurado" muitos cidadãos e empresas já estão fazendo sua análise SWOT, (ameaças, oportunidades) em relação à IA. Não é novidade que muitos postos e atividades ligadas a diversas modalidades de trabalho deixarão de existir muito em breve. Novas profissões despontarão rapidamente e provavelmente vivenciaremos uma importante falta de mão de obra especializada.
O que fazer? O que decidir?
Certamente pequenas e médias empresas que não se inserirem no "novo" enfrentarão dificuldades.
É de vital importância todos os empresários se conscientizem da nova realidade. Eles assim como suas equipes de trabalho, por menores que sejam, precisam estar familiarizados com o mundo da IA. Todos terão que fazer parte e saber trabalhar neste universo se não quiserem ser expulsos do mercado.
Os membros da equipe de trabalho, precisarão conhecer e empregar a IA e receber os devidos treinamentos, assim como no século passado eram ensinados a desenhar uma planilha eletrônica. Vivemos há décadas, e por que não há séculos em nosso País, num ambiente de grande desigualdade social, de ensino e saúde. Se de um lado podemos enumerar uma série de benefícios e vantagens que as novas tecnologias trazem para a sociedade e ao indivíduo é inegável que muitos indicadores apontam para números desfavoráveis, mostrando a persistência de tantos e tantos problemas nas mais diversas áreas em parte pela utilização indevida e inadequada das tecnologias. Qual a ameaça da IA para a sociedade como um todo, para o indivíduo e em especial ao trabalhador, ao empregado?
Instituições como o Senac, Sebrae, Órgãos de Classe, Sindicatos, grandes empresas e corporações e até o próprio governo precisam avançar rapidamente para proporcionar programas de educação e preparo aos seus filiados, empregados e interessados para que o impacto desta nova tecnologia e suas derivadas não aumente ainda mais a distância entre os diferentes agentes da nossa sociedade.
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