
O rápido desenvolvimento tecnológico e o seus impactos vêm trazendo seus reflexos no mercado de trabalho, nos modelos de negócios e na forma de administrar as empresas. Uma das consequências é a falta de mão de obra especializada o que mostra um grande paradoxo frente ao elevado índice de desemprego verificado em muitos países.
É natural que os jovens das famílias empresárias recebam uma boa formação escolar e que, de uma ou outra forma, tenham acesso às novas tendências, novidades e avanços da área tecnológica.
Muitos deles almejam ter carreiras profissionais ligadas a esse fascinante mundo novo, muitas vezes com foco bem distanciado dos propósitos dos negócios de suas famílias. Essa situação pode gerar frustração por parte da família que gostaria de ver seus herdeiros atuando em suas empresas do que desenvolvendo negócios à parte.
Em certos casos, o cenário pode se agravar quando os filhos começam a desenvolver seus negócios que de uma ou outra forma concorrem com as atividades das organizações familiares. Não havendo nessas situações o devido diálogo entre pais e filhos podemos chegar a sérias questões de conflitos no âmbito familiar.
A Boa Governança Corporativa com seus protocolos pode ser uma valiosa ferramenta para mitigar essas situações.
No processo de discussão para a elaboração do conteúdo dos protocolos familiares a questão relacionada às atividades concorrenciais entre familiares deveriam estar previstas e seria aconselhável elaborar um protocolo específico para estas situações. Desta forma, o jovem que tenciona abrir o seu próprio negócio já conhece as regras do jogo da familia empresária.
Outra maneira importante de se evitar conflitos é que sejam abertos espaços em reuniões de Conselho ou no âmbito dos Conselhos de Família, para tratar de assuntos ligados ao empreendedorismo dos sócios. Pode ser bastante constrangedor lidar com fatos que não são do conhecimento dos demais sócios do negócio principalmente quando um membro da família abre uma empresa que, de certa forma, pode vir a concorrer com os negócios da família. Por fim, é de muita valia que haja uma rica troca de ideias entre pais e filhos. Esta transparência em relação às atividades e projetos de pais e filhos é muito enriquecedora para as partes e seus negócios.
Os jovens e futuros herdeiros terão que estar conscientes de que um dia serão sócios da empresa da família e terão que lidar com um eventual cenário onde passarão a ser donos de suas próprias empresas e das empresas de seus pais em busca de um mesmo mercado, caso sejam concorrentes.
Caso a família chegue à conclusão que o negócio da família não é de interesse da nova geração há de se pensar o que fazer com a empresa. Existem basicamente dois caminhos a serem tomados.
Restam poucas opções e o que parece mais natural é encerrar ou vender a empresa e repartir o que restou do patrimônio entre as partes.
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