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Conselhos, com ou sem comitês




Um dos pontos mais discutidos em Conselhos empresariais é a necessidade de ter Comitês ou não. A boa governança corporativa defende que sim, eles devem ser agregados à administração.  Entretanto, nas pequenas e médias empresas, ainda existem muitos questionamentos sobre a validade de ter comitês nas empresas. 

Em geral,  pequenas e médias empresas familiares têm uma estrutura de governança bastante frágil. Os sócios que conduzem os negócios estão a par dos acontecimentos  monitorando  pessoalmente o desenrolar das atividades.  

Por muitas vezes, precisam acompanhar os processos, o andamento de projetos ou os relatórios de auditoria.   Ou então contam com Conselhos Consultivos formados por conhecidos. No decorrer dos anos, a empresa cresce e se desenvolve. Surgem novos mercados a serem atendidos, novas tecnologias a serem incorporadas, investimentos a serem realizados e os problemas na área de Recursos Humanos se avolumam.   Nesta situação, quem  acompanhava tudo pessoalmente não tem mais a capacidade de gerenciar tal amplitude de variáveis em suas organização. O que fazer então?

Caso a empresa tenha maturidade a opção correta será a de instalar um Conselho com a  função de acompanhar  a saúde econômica - financeira da empresa e seus desafios táticos - estratégicos. 

Este Conselho não irá se imiscuir em questões operacionais ou desenvolvimento de projetos pontuais. Mas, a somatória de projetos a serem discutidos e realizados, o planejamento estratégico de certas áreas da organização a serem submetidos,  deveriam ter o devido  espaço nas pautas de reunião para serem discutidos, o que nem sempre é possível.Surge então a importancia de formar os comitês que atuarão como braços do Conselho na discussão dos tantos e diversos assuntos. 

Neste caso, será que o Comitê deveria contar com um dos membros do Conselho no grupo? 

Esta decisão é extremamente benéfica e mostrará o  real  interesse que a empresa tem em relação a um assunto perante sua comunidade de gestores e funcionários. 

É também uma forma do conselheiro poder sentir mais de perto as operações, o que lhe permitirá discutir com maior propriedade e conhecimento de causa os tantos assuntos pautados em reuniões de Conselho. Surge ainda a questão sobre o conhecimento que um conselheiro designado a participar de um comitê deverá ter sobre a matéria a ser discutida e estudada. 

Sabemos pelas boas práticas de governança, que é aconselhável convidarmos pessoas com certa senioridade e experiência a fazerem parte do Conselho. Neste caso, o Comitê estaria coberto.  Por outro lado, para certos assuntos, como por exemplo ser membro do Comitê de Auditoria ou Compliance, é recomendável que exista o conhecimento técnico necessário. Mas estamos vivendo em tempos de avanços tecnológicos enormes. As empresas precisam mergulhar em novas áreas de conhecimento e adaptação para poderem continuar a ser  competitivas e ter chances de crescer. Certamente comitês ligados à tecnologia  e novos desenvolvimentos terão que ser criados. Nomear um egresso dos tempos " tradicionais" para discutir assuntos disruptivos seria totalmente inócuo. O Conselho precisará nomear um representante que carrega em suas veias a disrupção ou seja que foge dos padrões convencionais. Isto deverá levar as empresas a pensar  nos quadros que compõem os seus Conselhos.

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