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Cadê o sucessor?







Um dia perambulando pelos corredores de uma maternidade onde tinha ido fazer uma visita, me deparei com um quarto bastante singular. Sabemos que muitos pais de recém nascidos, além de afixar o nome do recém nascido na porta ainda colocam o símbolo do time de futebol para o qual o novo membro da família deverá torcer. Mas neste quarto em especial, além do nome, símbolo do time de futebol, vi com um jogo de ferramentas miniaturizadas utilizadas por marceneiros para produzirem móveis. Provavelmente o pai tinha uma marcenaria ou fábrica de móveis já sonhando em ter o filho trabalhando em seu negócio.

Grande parte dos pais procura de todas as formas, atrair e interessar seus filhos para seus negócios. Já acompanhei casos onde o pai desaconselhava o filho a ingressar num curso superior alegando que a melhor faculdade era a sua empresa. Ainda outros, são mais rígidos obrigando a sua prole a trabalhar na empresa, queiram ou não, por exemplo, nas férias escolares.

Mas sabemos que os interesses dos jovens vão se formando ao longo dos anos e muitos começam a sentir que os negócios da família não são exatamente aquilo que procuram para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Profissões liberais, a área das artes ou letras se tornam mais atrativas e começam a fazer parte do sonho destes futuros herdeiros.

Muitos pais argumentam que dão total liberdade aos filhos para escolher seus rumos acadêmicos e profissionais, mas no fundo gostariam de ter os filhos debaixo de suas asas. Quando de fato surge o momento da decisão e do anúncio aos pais de uma decisão tomada pelos filhos, que a empresa da família não será o seu caminho, os mais diversos sentimentos de frustração, preocupação e angústia poderão aflorar.

Já tivemos contato com pais que tiveram total compreensão e orgulho das escolhas e decisões tomadas pelos filhos. Outros tiveram muita dificuldade em admitir o ocorrido.

Mas vamos analisar essa situação do ponto de vista prático. Imaginemos que o pai tem apenas um filho que deveria sucedê-lo no futuro na gestão dos negócios e o eventual sucessor decide seguir os seus próprios caminhos. O que fazer?

Em primeiro lugar precisa ficar claro que, queira ou não, o filho ou filha serão os herdeiros do patrimônio dos pais. Assim, fazendo a empresa parte do patrimônio, herdarão aquilo que foi construído pela família. Consequentemente seria muito importante que começassem a conhecer aquilo que um dia será deles.

Muitos pais colocam os filhos a trabalhar no negócio com o objetivo de torná-los futuros gestores da empresa. Deverão percorrer ao longo dos anos as mais diversas áreas da empresa e conhecê-la como a palma de suas mãos. Outros pais preferem que os filhos a partir dos 16 / 18 anos comecem a participar de reuniões de Conselho, como ouvintes, para que acompanhem as discussões táticas e estratégicas e processos decisórios frente ao desempenho econômico-financeiro dos negócios. Mesmo as famílias onde o seu negócio ainda não tem um Conselho, seria interessante realizar pequenas reuniões periódicas com os filhos onde questões de cunho mais tático e estratégico e que fugissem das questões operacionais fossem abordadas.

Trabalhando ou não na empresa, os filhos serão herdeiros e controladores do negócio. No futuro terão que tomar decisões de cunho estratégico e tático e saber se a empresa está indo no bom rumo. Tendo a família apenas um único filho ou vários o melhor lugar para se avaliar o rumo das coisas são reuniões de conselho, sejam eles familiares, consultivos ou de administração.

Assim, é importante que os filhos sejam educados para serem controladores do negócio. Dessa forma mesmo que tenham aptidões para seguir carreiras profissionais em outras áreas eles continuarão a ser herdeiros dos negócios familiares. Isso não lhes escapa. É o destino da vida.

Alguns pais percebendo que os filhos não querem trabalhar naquilo que criaram com esforço e dedicação, preferem vender o negócio do que colocar um administrador profissional para dirigir a empresa e deixar o filho como controlador. São decisões difíceis de serem tomadas e que merecem muita reflexão e amadurecimento.


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