
Para muitos é bastante difícil distinguir o que vem a ser um empreendedor e o que vem a ser um empresário. Por causa das atividades de ambos, as pessoas tendem a enxergá-los como uma coisa só mas a realidade é que é muito raro que um deles tenha as características de ambos.
Quando lemos histórias de empresas familiares ou a vida de seus fundadores, observamos que, muitas vezes, ao lado do fundador(a) aparece a figura de seu braço "direito", o contador, a esposa ou o marido ou um consultor.
Estas pessoas que caminham ao lado dos pioneiros muitas vezes são em parte responsáveis para que o empreendimento prospere e se desenvolva no decorrer dos anos. É comum ouvirmos comentários do tipo: "ahh, se o fundador não tivesse ao seu lado esta ou aquela pessoa o negócio nunca decolaria".
Pois bem, esses dois seres - que provavelmente viverão muitos anos lado a lado no mundo dos negócios - chegarão ao ponto em que será comum que o empreendedor compartilhe com seu "braço direito" a própria sociedade, dando - lhe um percentual das cotas do capital social. A decisão quase sempre é mais emocional do que racional.
Por isso é fundamental que, ao decidir pela doação de cotas, o empreendedor consulte seu advogado.
O impacto desta decisão é enorme. As consequências poderão surgir no processo decisório, em questões táticas ou estratégicas. Visões de mundo diferentes, visões sobre o negócio podem gerar conflitos sérios levando à judicialização e até na paralização dos negócios em certos casos. Outra situação complexa é quando o sócio vai a óbito e suas cotas têm por destino a viúva e os filhos. Muitas vezes, estes estão totalmente fora do contexto empresarial e o acordo sobre a empresa tende a ser mais difícil.
O empreendedor, que por sua personalidade é uma pessoa muito intuitiva, busca encontrar produtos e serviços inovadores para atender ao mercado ou determinados nichos. Não tem receio de correr determinados riscos. O empresário por sua vez, é aquele que organiza a empresa, seus processos, o planejamento empresarial buscando a estabilidade dos negócios. Ambos devem se complementar e ter espírito de liderança para criar as bases do sucesso empresarial.
O empreendedor irá buscar diálogo com outros profissionais e empresários, para se aconselhar e conferir se está dirigindo suas atividades em direção ao rumo certo. Quer igualmente com isso combater a sua síndrome da solidão, o que é muito comum para os empreendedores.
Por outro lado, o empreendedor que enxerga oportunidades no mercado, se relaciona com outras pessoas e tem uma visão do futuro carece de certas características de empresário, como por exemplo saber elaborar um Plano de Negócios antes de se aventurar em qualquer empreendimento.
Portanto, para enfrentar todos os desafios que virão pela frente ou o empreendedor se transforma rapidamente em um empresário ou ele traz para junto de si alguém com visão empresarial para poder lidar com os mais diversos assuntos ligados à gestão dos negócios, à governança empresarial e à própria sucessão da gestão.
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